A adolescência é uma das etapas de desenvolvimento mais significativas pela qual passa todo ser humano. Uma etapa de transformações físicas, mudanças nas relações sociais estabelecidas, assim como de questionamento de valores e sentimentos que contribuem para o exercício da vida adulta. Entre as experiências importantes dessa fase, temos o início da vida sexual e reprodutiva e as expectativas levantadas em torno da vida produtiva.
Nesse contexto, temos a gravidez na adolescência, um grave problema de saúde pública. Mas como chegamos a essa situação preocupante? Considero o sexo desprotegido como um dos grandes vilões da vida amorosa dos jovens desta geração.
O caminho para chegarmos a uma das prováveis respostas para entendermos o porquê de tantas mães e pais adolescentes é bem simples e para isso não precisamos ser nenhum “expert” no assunto. Basta olharmos a nossa volta para percebermos vários fatores que contribuem para essa problemática: dentro da mesma casa, pais e filhos estão cada vez mais distantes; somados a isso, a carência de diálogo e uma completa falta de esclarecimento sobre limites. Há ainda o "ficar", prática cujos sentidos se estruturam em torno do não compromisso, da eventualidade e da atração física, apresentando-se como um novo tipo de relacionamento. Sem esquecer que a mídia também tem sua parcela de responsabilidade por despertar a sexualidade e nem sempre atrelar os aspectos preventivos e afetivos que abrangem a situação.
Além de tudo, faz parte dessa etapa da vida, a chamada invulnerabilidade, uma espécie de pensamento que os leva a crer que são inatingíveis: “isso não acontecerá comigo”; ou mesmo a energia arrebatadora e impulsiva do “depois a gente pensa nisso".
Por esse e outros motivos, os pais precisam estar conscientes de que na hora de esclarecer dúvidas sobre sexo ou sexualidade, inclusive gravidez, é bem melhor que os filhos os procurem, que se sintam seguros para essa abordagem e saibam que esse tipo de dúvida é muito natural nessa idade. Dessa forma, os pais devem estar atentos e acompanhar as mudanças pelas quais os adolescentes passam, e assim tornarem-se disponíveis para um diálogo franco e aberto. Guiando-os e informando--os não somente sobre gravidez e sexualidade, mas também sobre métodos anticoncepcionais, DST’s e acima de tudo, sobre virtudes e sentimentos como afeto, amor e respeito a si mesmo e ao próximo, irão possibilitar independência e segurança para assumirem as atitudes e conseqüências próprias à uma vida sexual ativa e responsável.
1. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu art. 2º, considera-se adolescente a pessoa com idade entre doze e dezoito anos.
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