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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

POLITICA EDUCACIONAL


ADRIA  NASCIMENTO, Pedagoga, Academica em Direito, Pós Graduada em Psicopedagogia. Diretora Social do PARAMAZONAS.

NOSSA  FANTASIA

Finalmente, um governo brasileiro percebeu que deveria usar parte dos R$ 5,6 bilhões anuais com publicidade para promover a leitura no Brasil. É uma decisão louvável e gratificante ver estes anúncios nos intervalos das novelas. Infelizmente, a propaganda não surtirá afeito para 14 milhões de adultos analfabetos, vem para 35 milhões que, embora tenham a capacidade de ler o título de um livro, não captam a mensagem.

Poucos dos autuais 55 milhões de alunos em escola básica vão se dedicar à leitura no futuro, porque raros de transformarão em leitores se não adquirirem esta aptidão na infância e na adolescência. E nossas escolas não são criadoras de leitores.

É preciso elogiar a campanha do Ministério da Cultura, mas é fundamental que o governo faça as ações necessárias para o Brasil em um país de leitores.

O primeiro passo é a revolução da educação de base, que passa pela qualidade dos professores e por melhores salários, melhor formação, seleção rígida e avaliações constantes; pelas escolas com edificações bonitas, confortáveis, bem equipadas e horário integral; é por métodos que incluam a leitura como parte substancial do processo educativo. Tudo isso exige responsabilidade federal com a educação básica.

Enquanto o Ministério da Cultura incentiva a leitura por meio da publicidade, o MEC cuida das universidades federais e os municípios tem que educar suas crianças com seus poucos recursos.

O segundo passo é erradicar o analfabetismo, não apenas entre crianças e adolescentes com mais de seis anos, mas também os adultos. Raros destes adultos alfabetizados se transformarão em leitores vorazes. E para promover a leitura entre os filhos é necessário ter pais alfabetizados.

Terceiro, é preciso baratear os livros com incentivos às editoras e às livrarias, pelo menos, iguais aqueles dados às industrias automobilísticas; instalar bibliotecas, teatros e cinemas, pois tais atividades culturais tem papel importante na promoção da leitura.

Finalmente, no campo da publicidade, mais eficiente do que as mensagens nos intervalos comerciais, seria colocar a leitura dentro das novelas. Haveria incentivo maior à leitura se nas cenas das novelas tivesse estantes com livros; se os atores aparecessem lendo em várias cenas; e se um jovem herói conseguisse impressionar as meninas graças à leitura e não à musculatura. Tais cenas não são gravadas porque, para o público brasileiro, pereceria exageradamente fantasioso: casa com livro, criança lendo.

Quando isso for feito, o Brasil não precisará de campanha publicitária para promover a leitura. No entanto, reafirmo, sem o conjunto de ações necessárias para mudar a educação de base, as mensagens publicitárias do Ministério da Educação não surtirão efeito: será como fazer propaganda de carne em um país de vegetarianos.

Fonte: (Senador Cristovam Buarque – Professor da UnB).

 

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