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segunda-feira, 20 de abril de 2015

O ADOLESCENTE FRENTE AS DROGAS

Entre os fatores que desencadeiam o uso de drogas pelos adolescentes, os mais importantes são as emoções e os sentimentos associados a intenso sofrimento psíquico, como depressão, culpa, ansiedade exagerada e baixa autoestima. A família deve conhecer os amigos que o jovem costuma sair, e esclarecer o mal que a droga pode lhe proporcionar, dando o exemplo de não fumar e beber na frente deste jovem, que imediatamente é estimulado a novas sensações e é nesta fase que o indivíduo busca estar em pequenos grupos de amigos, compartilhando de novas experiências, se a família não prevenir o jovem e se ausentar no seu processo de desenvolvimento, este tem maior propensão de fazer usos indevidos de drogas.

1. Introdução

A adolescência é o período que impõe o indivíduo a novas experimentações, que podem causar uma dependência para toda a vida. O uso de drogas é um fenômeno bastante antigo na história da humanidade e constitui um grave problema de saúde pública, com sérias consequências pessoais e sociais no futuro dos jovens e de toda a sociedade.
Nessa etapa o jovem não aceita orientações, pois está testando a possibilidade de ser adulto, de ter poder e controle sobre si mesmo. É um momento de diferenciação em que afastam-se da família e aderem ao seu grupo de iguais. Se esse grupo estiver experimentalmente usando drogas, o jovem utiliza também, pois quer fazer parte deste grupo mostrando que tem liberdade para usar qualquer tipo de substância.
O fumo, o álcool e as drogas ilícitas são considerados de risco e, potencialmente, substâncias de abuso.

3. Epidemiologia

O uso de drogas na adolescência, segue pela pressão do adolescente estar sempre inserido em grupos de amizades, que entre curiosidades e experimentações, fazem o uso precoce e indevido de drogas neste período, em que o adolescente se identifica com os amigos e desafia a família, para conquistar maior liberdade. Inicialmente o sujeito inicia com o cigarro acompanhado de bebidas alcoólicas.
O álcool, a maconha e o tabaco, são as três drogas mais populares entre os adolescentes, às vezes, são chamadas de drogas de porta de entradapois seu uso costuma levar ao uso de substâncias mais aditivas, como a cocaína ou a heroína (Gerstein e Green, 1993).
Os adolescentes fumam por pressão dos iguais, por curiosidade, por imitação, como manifestação de independência, rebelião, ou com a intenção de fazer uma "figura importante". A nicotina do fumo provoca dependência. O que se observa é que reduz a ansiedade e a resposta ao estresse, tem uma ação antidepressiva e ameniza o "aborrecimento". É uma das substâncias mais aditivas. Os efeitos farmacológicos incluem um estado de alerta, relaxamento muscular, melhora da atenção e diminuição do apetite. Inicialmente pode produzir náuseas e vômitos até que se desenvolva a tolerância.
Os adolescentes consomem álcool porque "todo mundo bebe", "eu gosto, é divertido", "ajuda-me a relaxar", "tira-me a timidez", "estou mal, serve-me para escapar do sofrimento", "por que não, além do mais nem bebo tanto". O álcool contido em variáveis quantidades em bebidas, tais como a cerveja, o vinho, e vodks, é a droga de maior uso, promovendo as mais graves consequências para a saúde pública. O adolescente que bebe ocasionalmente e tenta equiparar-se aos amigos bebedores, pode chegar a uma overdose letal de forma inesperada. Devido ao consumo de álcool, criam problemas em três das seguintes áreas: família, autoridades da escola, polícia (infrações às leis). A síndrome da abstinência: tende a manifestar-se como um estado de ansiedade e depressão.
No caso de associação de álcool com antidepressivos, causa a morte por parada respiratória, passando da inconsciência à anestesia: diminuem os reflexos, há dificuldades cardíacas e respiratórias, hipotermia, e convulsões. O álcool diminui a atenção, a concentração e a memória. A queda do rendimento escolar contribui ainda mais para baixar o nível de autoestima do bebedor e a consequente perda de interesse na escola.
Alguns adolescentes se refugiam no álcool, escapando da responsabilidade de crescer e amadurecer, e sua vida se complica pelo comportamento impulsivo e agressivo, levando o indivíduo ao suicídio.
A maconha provém das folhas e flores de uma planta chamada cannabis sativa. Há uma grande variedade de alterações psicoativas na dependência do conteúdo de THC (tetrahidro-canabinol), que é o componente que induz as modificações do estado psíquico. Na atualidade, a concentração é maior do que na década de 70. Com uso frequente as consequências são: perda da motivação, interesse na escola e nas atividades que costumavam atrair o indivíduo, isolamento, mudança de amigos, procurando aqueles que usam drogas, mudanças de ânimo, irritabilidade, distração, problemas de concentração, aumento do apetite e do peso. O uso intensivo se associa a abuso de álcool, cocaína e outras substâncias psicoativas. Não há síndrome de abstinência, mas o adolescente com uso intenso que se priva da maconha pode sofrer insônia, ansiedade e depressão. Aqueles que iniciam tratamento para abandonar a dependência são frequentemente levados a voltar ao uso devido à insônia. Esta pode ser uma indicação de internação.
Os inalantes: hidrocarbonetos voláteis, gasolina, colas de secagem rápida incluem muitos produtos para uso doméstico e industrial, de acesso fácil em casa, nas lojas e nos supermercados. Trata-se de uma atividade que começa usualmente na pré-adolescência.  Alguns adolescentes inalam cobrindo a cabeça com sacos plásticos (o que pode provocar a morte por asfixia). Pode ocorrer dano nos tecidos das vias respiratórias devido ao calor gerado pela expansão dos gases. Os inalantes podem cobrir os alvéolos pulmonares, interferindo na oxigenação, o que pode, a longo prazo, causar dano cerebral.
A cocaína é usada por inalação nasal, causando estado de euforia. É comum a tendência ao uso repetido, por isso essa forma de consumo leva mais rapidamente ao uso compulsivo. A cocaína possui um atrativo especial entre os jovens: como inicialmente produz sentimentos de energia, confiança e poder, é especialmente atrativa para os adolescentes inseguros, com baixo nível de autoestima e ansiedades ou fobias sociais. Ao iniciar o uso, os efeitos da droga são francamente positivos: o funcionamento mental melhora e o relacionamento social aparentemente se torna mais adaptado. Os aspectos positivos são ilusórios. Com o uso repetido, a estimulação do estado de ânimo, a sensação de energia e de triunfo são cada vez de menor duração. Não só porque a ação da droga diminui seus efeitos, mas também porque, depois do uso, estabelece-se um estado de disforia e irritabilidade, o que faz reiniciar o uso, até chegar à exaustão. Vive-se então estados de profunda ansiedade e paranoia. Pode manifestar-se, por vaso constricção coronária, inclusive dando lugar a infarto do miocárdio. Também pode produzir um quadro severo de hipertensão
Alucinógenos: ácido lisérgico (LSD) O LSD é muito poderoso, os adolescentes que o utilizam procuram as sensações de alucinações visuais, distorções da imagem corporal e da percepção do tempo. De forma inesperada, entretanto, podem sofrer uma bad trip (má viagem), com sensação de pânico e perda do uso da razão. O fenômeno pode ser recorrente e causar pânico. 

4. Diagnóstico

Na avaliação clínica como se recomenda, a atitude do profissional da saúde frente ao adolescente deve ser aberta, compreensiva e tolerante, deixando de lado qualquer resquício de autoritarismo ou preconceito. Estabelecendo-se um clima de empatia. A avaliação do jovem deve ser cuidadosa,  pois o adolescente preocupa-se com o sigilo do profissional, e para isso deve-se estabelecer um vínculo de confiança, de ambos.
O objetivo desta avaliação realizada por questionários, inventários e escalas desenvolvidas especificamente para o jovem, é de investigar sobre a saúde física e mental; sobre o comportamento e o relacionamento social e familiar; o ajustamento escolar ou profissional; sobre seu lazer; e, finalmente, sobre o uso de drogas e os problemas a ele associados, estabelecendo uma história sobre o uso de drogas na vida. Após essa avaliação global do adolescente, por meio da investigação das diversas áreas de sua vida, realiza-se o exame físico e solicitam-se exames laboratoriais, se necessário.
O jovem dificilmente procura ajuda por conta própria, pois na sua percepção está tudo certo, e usar drogas é uma questão de hábito, podendo parar á qualquer momento. Cabe a família, dar mais atenção para este adolescente que por algum motivo entrou no mundo das drogas e encaminhá-lo para uma avaliação ou tratamento médico.

5. Tratamento

A escolha de tratamento depende de fatores extrínsecos, isto é, da disponibilidade do tratamento mais adequado para o jovem (próximo ao local de sua residência e compatível com sua condição socioeconômica e com seu sistema familiar), como também de fatores intrínsecos, como a motivação do jovem e a gravidade de seu diagnóstico como um todo. O tratamento do adolescente deve levar em consideração também, o tipo da droga utilizada e a frequência do consumo, abarcando o desenvolvimento global do adolescente, a modificação do comportamento de uso de álcool ou drogas e a resolução dos problemas associados, além do reajusto familiar, social e ambiental.
O jovem pode ser internado num período integral, sendo utilizada abordagens tais como a psicanálise, a terapia comportamental, e a cognitivo- comportamental, no intuito de desenvolver modos mais satisfatórios de relação consigo mesmo e com os outros, estimulando a autonomia do indivíduo de lidar com situações do cotidiano, para que este enfrente seus problemas e supere-os, não precisando mais da utilização de drogas, para se sentir melhor, pois este efeito é momentâneo mas as consequências não.

6. Considerações Finais

Segundo Newcomb (1995), os fatores de risco para o uso de drogas incluem aspectos culturais, interpessoais, psicológicos e biológicos. São eles: a disponibilidade das substâncias, as leis, as normas sociais, as privações econômicas extremas; o uso de drogas ou atitudes positivas frente às drogas pela família, conflitos familiares graves; comportamento problemático (agressivo, alienado, rebelde), baixo aproveitamento escolar, alienação, atitude favorável em relação ao uso, início precoce do uso; susceptibilidade herdada ao uso e vulnerabilidade ao efeito de drogas.
Os adolescentes que experimentam drogas dão razões similares às descritas para o fumo e para o álcool: pressão dos companheiros, uso por parte dos familiares (habitualmente irmãos mais velhos), estresse, aborrecimento, rebelião, ansiedade, depressão e redução da autoestima. O uso do fumo e do álcool em geral precede à experimentação com drogas.
Nenhum adolescente fica imune à influência social e ao fácil acesso de drogas. É preciso criar novas prevenções, afim de chegar ao jovem antes dele usar algum tipo de substância de abuso, investindo em áreas esportivas e educacionais para que estes se ocupem de maneira inteligente e eficaz para o seu futuro.
Fonte: Adriele Alves - Acadêmica de Psicologia - UNESC

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