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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O Brasil vale um Barusco, um Paulo Roberto Costa?

Os mais de três milhões de desempregados, juntos aos mais de 700 mil que perderam seus planos de saúde; aos R$ 522 bilhões que a Petrobras está devendo, somados às pedaladas fiscais, aos R$ 10 bilhões que foram tirados do orçamento; ao déficit de mais de R$ 50 bilhões no orçamento; às faculdades sem aulas por não terem dinheiro para manter uma infraestrutura básica para o estudante; à falta de remédios por problema de caixa do Ministério da Saúde para importações; ao PIB com queda acumulada de 3,2% no ano... Tudo isso é um pequeno resumo do momento desesperador pelo qual o Brasil atravessa. Todo esse dano ao país não tem preço. E muito menos se paga com as devoluções que delatores como o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, lobistas como Hamylton Padilha, entre outros, fizeram. Estas devoluções somam R$ 482 milhões. A Andrade Gutierrez se comprometeu a devolver R$ 1 bilhão. Três empresas já assinaram acordos de leniência — Setal, Camargo Corrêa e a holandesa SBM — e devolveram R$ 1,64 bilhão. Estes valores são como brioches em comparação ao gigantesco prejuízo causado a todo um país. Não podem corresponder, nem de perto, ao que foi subtraído da Petrobras. Se como disse em sua delação premiada Ricardo Pessoa, dono da UTC, a quadrilha apresentava contratos com mais de 300% de superfaturamento, imaginem quanto foi roubado em negócios bilionários ao longo de tantos anos.




Tudo o que está sendo devolvido são como brioches em comparação ao gigantesco prejuízo causado a todo um país
Tudo o que está sendo devolvido são como brioches em comparação ao gigantesco prejuízo causado a todo um país

Não se perdoa ladrão pela devolução do roubo. Muito menos nessas proporções. Quem rouba da nação deveria passar o resto de sua vida pagando atrás das grades, como muitos Josés e Joões que passam anos presos por roubarem um ovo no mercado pelo simples fato de não suportarem ver seus filhos passando fome.
O Brasil não é mais uma colônia onde as capitanias hereditárias eram doadas, e quem as recebia era quase santificado pelo rei. Esses que roubaram, tanto corruptos, quanto corruptores, não podem ser premiados com essa delação, delação na qual esses corruptos confessam os roubos que esconderam durante tantos anos. Basta ver a trajetória do senador Delcídio do Amaral, preso recentemente. Em 1994, ele ocupava a secretaria executiva do Ministério das Minas e Energia e, no governo Itamar Franco, foi ministro de Minas e Energia, até 1995, tendo o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró como assistente. Filiado ao PSDB de 1998 a 2001, Delcídio ainda fez parte da diretoria de Gás e Energia da Petrobras durante o Escândalo do Apagão, a crise de energia de 2000/2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Essa quadrilha que assalta o Brasil, ou melhor, esta organização criminosa que há tantos anos assalta o país, e que nos últimos anos usou novos meliantes, sempre teve trombadinhas e aviõezinhos. Como na época do escândalo do Banco Marka, em 1999, que gerou um prejuízo estimado na casa de RS 2 bilhões. Este é apenas um dentre tantos outros casos de corrupção já vividos nesse país.
Agora, só falta soltarem o banqueiro André Esteves em troca de R$ 1 bilhão ou R$ 2 bilhões, tendo um banco que vale R$ 29 bilhões.
Cada época foi marcada por diferentes trombadinhas que tiram recursos da nação por mera ganância, por simples desvio de caráter de quem não pode resistir às facilidades de ter acesso a valiosas quantias. Esses Baruscos, Costas, Zeladas, entre outros, são aviõezinhos e trombadinhas modernos. A prova disso é que hoje, quando são presos, eles mesmos delatam que já estão há muito tempo cometendo tais crimes. Por tudo isso, não podemos aceitar que essa premiada delação se transforme em um troféu para esses corruptores que quebraram o Brasil em bilhões de dólares, e que, segundo especialistas, afundaram o país numa crise que vai durar pelo menos mais quatro anos.
A crise não foi só na Petrobras, foi uma crise endêmica, atingindo todos os segmentos da sociedade. E o mais grave, atingindo a dignidade do povo, como se todos fossemos ladrões. O noticiário internacional não ataca apenas os ladrões, e sim o país, que somos nós. Fere a todo o povo, sem discriminação, pois o povo brasileiro somos nós todos.
Por essas e outras, o prêmio da tornozeleira em casa é um tapa na cara dos desempregados, dos que morrem por falta de médicos, dos que não podem estudar por falta de colégio, e dos que não trabalham porque o país desemprega.
O R$ 1 bilhão que a Andrade Gutierrez está devolvendo é o brioche da Maria Antonieta. Será que o que eles querem é que no Brasil aconteça o mesmo que aconteceu naquela França?

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