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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

FICAR VELHINHO É UM SONHO

Um dia vou ficar velhinho e isso não será um castigo. É o meu sonho. Sei que será quase impossível chegar aos 70, 80, 90, mas eu vou tentar, aliás, já estou tentando. Aceitar a velhice numa boa é mais que viver muitos anos, é uma prova do amadurecimento intelectual. E quero chegar lá sem ficar inventando desculpas para tentar fugir da vergonha que muita gente sofre quando atinge a senioridade. Eu não terei vergonha alguma de ser velho, pois desde criança sempre tive um imenso carinho por aqueles que já percorreram os caminhos pelos quais eu não percorri ainda. Sempre tive a perspicácia de buscar neles a sabedoria que precisava para a minha vida. É a lógica: só quem percorreu uma estrada sabe onde ficam as suas curvas, seus riscos e seus atalhos! E quando todos os traços do desgaste da vida em mim se fizerem presentes, não vou usar as expressões:  “Tenho 70, mas uma mente de 15 anos” ou “Estou velho na idade, mas tenho espírito de jovem”. E prometo não me chatear se me chamarem de velho! A velhice para mim será uma conquista, um prêmio por eu ter conseguido superar tantos obstáculos!  Quando eu chegar lá, vou querer ser um velho com tudo de velho, aliás, deus me livre de ter o espírito e o raciocínio de alguns jovens de 15 anos, especialmente destes que morrem de vergonha dos próprios pais ou dos avós porque são um pouquinho mais desgastados do que eles! Quando retorno à minha cidade natal percebo que cada vez menos encontro amigos. Pois eles, os velhinhos, já se foram quase todos. Mas também pudera! Quando eu tinha meus 10, 12 anos, muitos deles já tinham mais de 50, 60 anos. Eu dava atenção a todos e fazia questão de ouvir todos os ensinamentos e lições de vida que eles me repassavam gratuitamente como simples retribuição pelo meu apreço. Vou sempre visitá-los, um a um, e fico com eles o maior tempo possível durante as minhas férias. Tenho inúmeras histórias pra contar sobre eles e assim o farei em outros textos! No fundo, a gente tem mais dos nossos pais do que suponhamos. Eu ouvia minha mãe ainda jovem dizer que queria ficar velhinha com todos os cabelos brancos. Devo ter aprendido esse culto com ela! Hoje ela tem 64 anos, meu pai 10 anos mais velho. Ela ainda não tem todos os cabelos brancos e espero que realize o seu sonho, que também é o meu!  Quando olho para aqueles rostinhos eu me vejo neles futuramente... É a beleza da vida, do envelhecer. Isso nos torna mais humildes, espertos e verdadeiramente mais inteligentes. Sinto pena de quem despreza os velhinhos, pois quem faz isso está perdendo a grande chance de adquirir sabedoria! Ser inteligente é uma condição, mas ser sábio é uma opção de cada um de nós. Essas pessoas demonstram toda a ignorância ao comportarem-se como se fossem imunes à soma das primaveras! Elas serão piores do que os velhinhos de hoje, pois não  herdarão a sabedoria deles!



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*Professor, Licenciado em Pedagogia e Letras, pós-graduado em Gestão e Docência do Ensino Superior e formando em Jornalismo.
IVAN LOPES

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