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domingo, 21 de junho de 2015

A separação é do casal. Filhos, é para sempre.

Separação conjugal, divórcio, eis um tema que há décadas tem gerado muita polêmica no que diz respeito à educação das crianças. Nos dias de hoje muitos casais separam-se, atualmente o divórcio é mais comum do que nas décadas de 60 ou 70, entretanto os efeitos na criança continuam os mesmos. Sentimentos não mudam com o passar das décadas, a criança por menor que seja, sente que algo não vai bem entre os pais. Essa situação pode se transformar em um grande drama, desses em que todos perdem, especialmente os filhos ou ser encarada, ainda que indesejada, como uma oportunidade para todos recomeçarem. Se o rompimento é superado mantendo-se o respeito entre o casal e o cuidado com os filhos, a nova vida ganha em equilíbrio e harmonia. 

             Segundo IBGE em 2007 embora tenham sido realizados 916.006 casamentos no Brasil, 2,9% a mais do que em 2006 (889.828), o número de dissoluções (soma dos divórcios diretos sem recurso e separações) chegou a 231.329, ou seja, para cada quatro casamentos foram registrados uma dissolução. 1
            Sabemos que muito antes de ocorrer a separação física dos pais, ocorre a separação emocional que, em muitos casos, leva a desentendimentos, desencontros e embora a separação provoque reações psicológicas nos filhos, a convivência em um ambiente familiar infeliz, onde os pais se tratam com hostilidade, é muito mais prejudicial à saúde física e mental da criança. Ao presenciar essas atitudes dos pais, os filhos aprendem que os conflitos interpessoais são resolvidos com agressividade. Assim, apesar de ser um processo doloroso, na maior parte dos casos, a separação do casal é a decisão mais saudável, pois a partir desse momento, toda a família – pais e filhos – poderão construir relações mais gratificantes.
            Segundo a experiência do médico Fabiano Hueb, autor do livro “Filhos de Pais Separados também podem ser Felizes” (editora Arte Paubrasil). Segundo Hueb ; “Existe um mito de que filhos de pais separados são problemáticos, o que não é uma verdade. Claro que eles sofrem com a separação dos pais, mas isso não faz com que, necessariamente, sejam problemáticos. A questão reside na forma como os pais lidam com essa separação e de que maneira convivem com seus filhos depois dela. O que acabou foi a relação homem/mulher, mas o papel pai/mãe é para sempre.”
            Separação não é apenas separar casas e corpos: implica em elaborar as experiências emocionais que rondam a vida afetiva do casal. Na verdade, cada caso é um caso, com características próprias. Assim, seria impossível generalizar sobre a separação de casais e o papel individual de cada um, e as respectivas conseqüências na educação dos filhos. Entretanto, há duas categorias de separações muito comuns sobre as quais poderemos tecer alguns comentários aqui. A primeira é relacionada  à separação amigável na qual os pais comungam valores e  dividem  responsabilidade na criação dos filhos. A segunda refere-se a pais separados em conflito que costumam usar os filhos como instrumento de ataque e manipulação um ao outro.
            Bem, não estamos aqui para julgar este ou aquele, mas entendemos que pais separados não precisam ser grandes amigos, porém, devem manter atitudes de respeito e autocontrole quando em presença dos filhos, principalmente as de apoio em questões que se relacionam com a educação e disciplina. O modo como os filhos se ajustarão à nova realidade, depende diretamente de como os pais lidam com o fato e como interagem entre si antes e depois da separação.
          De um modo geral, as crianças podem ficar deprimidas, tristes, desobedientes, apresentar comportamentos mais agressivos e rebeldes, insônia, pesadelos, alterações do apetite, dificuldade de concentração e perda do interesse pela vida social. Durante esse período é fundamental que a atenção dada a estes seja redobrada. O comportamento delas pode evidenciar como esse momento delicado está sendo emocionalmente processado.  Assim como também na escola, professores, orientadores pedagógicos e funcionários podem ser figuras centrais na manutenção do equilíbrio emocional das crianças e em seu processo de aprendizado. Dessa forma, é fundamental que sejam informados da situação que a criança está vivendo em casa.
             Por outro lado, se a separação provoca tantos transtornos na vida dos filhos, a manutenção de uma relação infeliz, quando as figuras parentais apresentam hostilidade e agressão entre si, chegando a gerar tensões quase insuportáveis, é muito mais prejudicial à saúde física e mental da criança. Num primeiro momento, o casal enxerga apenas o que perdeu, e não consegue visualizar o que ganhou com a separação, os pais encontram novos problemas e dificuldades ante a administração e adaptação da nova vida. Os filhos ficam no meio desse turbilhão de coisas, afetados pelas condições em que ocorrem as separações. Muitas vezes divididos, sendo instrumentos usados e manipulados pelos pais.
            O que é preciso ter em mente é que hoje, o estudo de família não trata mais os filhos de pais separados como problemáticos em potencial. Qualquer organização familiar, de casal casado ou separado, pode ser harmônica ou desarmônica. O que determina isso é o nível de conflito. Segundo uma frase repetida pelos terapeutas da área: “a separação não acaba com a família, apenas a transforma”. Quanto mais os pais tomarem consciência de que são responsáveis pelo bem-estar físico e emocional de seus filhos, a despeito da separação, maiores as possibilidades de um futuro satisfatório para eles, pois as crianças dependem dos pais e se formam através deles.
            É imprescindível a existência de cordialidade e flexibilidade entre os familiares de ambas as famílias em busca do equilíbrio e igualdade nas responsabilidades do desenvolvimento dos filhos, com os iguais deveres e direitos. É importante que mesmo separados, os pais permaneçam unidos na educação e no bem estar dos filhos. Afinal, educação, carinho, amor, atenção e família continuarão sempre sendo essenciais para o desenvolvimento da criança mesmo que os pais estejam separados.



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