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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Tomar muito café causa gastrite? Veja mitos e verdades sobre esta doença

Um exame importante para fazer e muitas matérias para estudar, mas o dia tem apenas 24 horas. O café passa a ser o companheiro das noites em claro e das manhãs sonolentas - para compensar a noite mal dormida. Tem sempre alguém para advertir: "Cuidado! Com tanto café, você vai acabar com uma gastrite". Será?
Segundo especialistas, a cafeína pode, sim, irritar o estômago causando dor e desconforto. E não é só ela. Pimenta, bebidas alcóolicas e até o cigarro também possuem essa característica. Essa irritação pode ser entendida como gastrite, que nada mais é do que um termo genérico para designar uma lesão superficial na mucosa do estômago. A gastrite pode ser gerada por diversos fatores.

O gastroenterologista do Hospital 9 de Julho, Matheus Azevedo, explica que o desenvolvimento de uma inflamação no estômago varia de pessoa para pessoa. "Nosso estômago tem um mecanismo de defesa próprio contra agentes externos, mas quando esses mecanismos não são suficientes para vencer os agentes, a gastrite pode acontecer e piorar. Isso vai depender de organismo para organismo", explicou.
Inflamação pode ser causada por bactéria
Apesar dos hábitos influenciarem o desenvolvimento da gastrite, grande parte dos casos está relacionada à presença de uma bactéria específica: a Helicobacter pylori, ou H-pilori como é conhecida. "É uma bactéria frequente no meio ambiente e a sua contaminação tem a ver com a condição socioeconômica do paciente. Vivemos em um mundo de contaminação fecal-oral", disse Ramiro Mascarenhas, presidente da Sobed (Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva). 
O H-pylori causa úlceras no estômago, que são feridas mais profundas, e podem levar até a um câncer gástrico. "Tem que ter cuidado porque essa dor, esse desconforto, podem indicar a presença de doenças mais graves. É preciso investigar as causas desse desconforto", afirmou Mascarenhas. Essa investigação é feita através da endoscopia digestiva, que é um exame que filma a mucosa do esôfago, estômago e da parte superior do intestino delgado, e também através da biópsia, que retira um pedaço do tecido inflamado do estômago para análise.
"Há casos que a endoscopia nem é necessária. Apenas um exame de sangue já consegue detectar o que a pessoa tem. Por isso, é muito importante procurar orientação médica", afirmou Mascarenhas, ao se referir às parasitoses que tem sintomas semelhares à gastrite, como estrongiloidíase e a giárdia.
Matheus Azevedo explica que, no caso da infecção por H-pylori, o tratamento é feito com dois ou três antibióticos e um inibidor do ácido do estômago. "Nesse período, o paciente não pode comer alimentos que vão pesar no estômago, não pode ingerir álcool. Além disso, os antibióticos podem gerar desconforto estomacal", conta.
Tomar remédio ataca o estômago?
Além dos microrganismos, dos hábitos descritos no começo desse texto, o que muita gente não sabe é que aquela aspirina tomada depois de um longo dia de trabalho e estresse para aliviar a dor de cabeça, ou aquele remédio para desinflamar a garganta, também podem causar inflamações no estômago.
"Há remédios, em especial os anti-inflamatórios, que interagem com substâncias presentes na mucosa do estômago, diminuindo a sua presença, o que pode causar inflamação e até úlcera. Por isso, é imprescindível que esses medicamentos só sejam tomados com prescrição médica", contou Rogério Alves, gastroenterologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo. 

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