Os documentários sobre animais deveriam ser mais assistidos pelos seres humanos para que se entendessem melhor como animais.
Pura ilusão e prepotência acharmos que somos muito diferentes dos outros bichos. Por isso ainda causa espanto quando assistimos as atitudes de alguns de nossa espécie.
Um leão devora um pedaço de carne assim como vamos ao supermercado comprar a nossa que já vem cortada mas não menos sanguinolenta.
O gavião come ovos de passarinho assim como roubamos os das galinhas. Somos apenas mais discretos e dissimulados.
E a briga pela fêmea(ou pelo macho) acontece todos os fins de semana em boates ou no dia a dia nas empresas e seus arredores. A busca pelo sexo rege grande parte de nossos comportamentos, mesmo que não intencionalmente.
Quem nunca se sentiu como uma boiada para entrar no curral, quando está na fila de um estádio, no trem, aeroporto ou até mesmo em uma fila de restaurante? E a disputa pelo melhor lugar ou comida? Igual a um animal procurando sombra.
Qual mãe não percebeu o que é ser mamífero como uma vaquinha, quando viu que seu filhote só precisava de seu leite para viver? Só do seu leite, mais nada, nem água.
E aqueles homens que quando estão em seu bando tornam-se corajosos para atacar o outro, mas quando sozinhos não fazem nada, assim como as hienas e muitos outros.
Na hora de dormir quem não gosta de dormir encostadinho? Qual filho que não prefere dormir com a mamãe? Sentir o quentinho, como os filhotes de um gato ou cachorro.
Como as mulheres gostam de ostentar seus rabos de cavalo, balançá-los bem escovados, usar uma roupa colorida como um pavão faz para atrair a atenção. E os homens gostam de demonstrar sua força.
E ainda ficamos perplexos com nós mesmos, tão limitados, tão desequilibrados, tão irracionais. E alguns ainda se acham superiores porque são brancos, outros porque são ricos ou porque são heteros.
Um desfile ridículo de egos e pompas. Uma disputa tão imbecil quanto achar que não vai precisar das mesmas coisas que todos precisam, banheiro, comida, água, remédio, dormir e se limpar.
A natureza nunca sai do equilíbrio. Talvez o novo equilíbrio não seja o ideal para os seres humanos; que só assim vão aprender que superior de verdade é a natureza. É ela quem está aqui desde o começo. E não somos donos nem da nossa própria vida.
Respeito é uma relação de reciprocidade e indispensável a qualquer equilíbrio inclusive o seu.
Dr. Paulo André Issa
escritor médico psiquiatra
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