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domingo, 20 de março de 2016

A atual situação política brasileira......

Devido a tantos casos de corrupção que estão aparecendo nos últimos anos poderia parecer, para muitos de nós, que toda a população brasileira esteja "puto" da vida com nossos políticos. Correto? Pois é. Mas não é bem isto o que acontece.
De fato, se você sair conversando com as pessoas na rua, sem dúvida alguma você encontrará alguns que dirão que está tudo bem, que a corrupção é coisa que acontece mesmo, algo normal, etc. Isto sem falar daqueles que dirão que “tem gente se preocupando demais com coisa boba”. Como se nosso dinheiro sendo roubado fosse algo bobo.

Como exemplo disto, posso citar o caso "Mensalão", que ocorreu no dia 10 de abril de 2012. Quer dizer, dinheiro foi desviado (e a origem do dinheiro ainda nem está totalmente clara), distribuído para compra de votos no Congresso Federal, etc. e, agora, querem perdoar tudo isto, esquecer, como se “nada tivesse ocorrido”. E, entenda: para mim não importa quem começou ou quem terminou com este tipo de esquema, importa quem esteve envolvido com ele, pois estes são bandidos e jamais deveriam voltar a ser eleitos. E, óbvio, devem ser condenados na justiça.
“Mas estes devem ser aqueles que se beneficiam do roubo de alguma forma, ou recebem algum benefício do governo” você deve estar pensando. Correto? Bem… Também não é bem assim. São poucos os que recebem algum benefício do governo, os que realmente se beneficiam de alguma forma do roubo são menos ainda.
A verdade é que o brasileiro comum não vota em quem é mais honesto ou naquele que apresenta as melhores propostas de governo durante a campanha. Os que votam assim são poucos, normalmente os mais esclarecidos, educados (que têm mais estudo). O brasileiro comum vota, normalmente, por três motivos:
  1. Por simpatizar com o político X ou Y, ou ainda por simpatizar com o partido X ou Y. E nisto entra até mesmo o símbolo do partido: pesa muito se o símbolo é uma estrelinha bonitinha, ou um passarinho fofinho.
  2. Por ideologia. Neste ponto, dane-se a realidade, o que vale é a utopia, seja ela qual for.
  3. Por revolta, vide o caso do Tiririca.
E o problema não é só da educação de nosso país, é também de consciência. Poucos de nosso povo, caso chegassem lá em cima, no poder, fariam algo muito diferente do que é feito hoje. Porque, para a maioria, é “foda-se o outro, quero saber do meu” (com o perdão da má palavra).
Quer dizer, o brasileiro comum não tem a consciência de que uma sociedade ruim não é problema só para os outros, mas também para si mesmo. E, veja, aqui não estou falando apenas dos mais pobres, mas também, e principalmente, dos mais ricos. Pois, na cabeça destes, basta construir um muro bem alto em torno de sua mansão, colocar cerca elétrica e sistema de vigilância, que estará tudo bem, mesmo a sociedade estando no caos.
O rico se esquece que pessoas não são burras, muito menos as má intencionadas: elas sempre arranjam um meio de entrar, afinal nenhum sistema é perfeito. Isto sem falar que, se não conseguir entrar não há problemas, basta abordá-lo do lado de fora da casa e roubá-lo, ou mesmo sequestrá-lo.
Resumindo, nossa sociedade não tem estudo suficiente, temos uma maioria de desonestos (vide o famoso “jeitinho brasileiro”, de colocar uma nota de 20 reais dentro do documento do carro antes de entregá-lo ao policial, etc) nem consciência suficiente. Sendo assim, como poderíamos ter políticos diferentes disto?
Temos de nos lembrar que o povo de uma nação são todos: pobres, ricos, honestos e desonestos. O “povo” não é uma classe exclusiva, são todos. E isto inclui os políticos, afinal eles não são “alienígenas vindos do espaço sideral”, eles saem do próprio povo. E, aliás, é por isto mesmo que temos uma bancada religiosa no congresso: apenas cerca de 10% de nossa população é não religiosa. E isto não significa que isto seja apenas a soma de ateus e agnósticos, aqueles que deixaram sua religião e estão a procura de uma nova também entram na conta.
Uma demonstração disto é que, mesmo depois de todos os escândalos de corrupção no governo do PT, ele continuou. Lula se reelegeu mesmo depois do mensalão e, depois, ainda conseguiu eleger uma completa desconhecida à época como sua sucessora, Dilma Rousseff.
E, sinceramente, para mim não importa qual seja o partido político ou o político que estiver no poder: seja PT, PSDB ou qualquer outro, não quero é ser enganado. Para mim a verdade está acima de qualquer ideologia, seja ela política ou não.
Antes que você venha com o velho discurso de “Ah, mas não tinha ninguém melhor”, eu já vou perguntando: mesmo em duas eleições, com toda a mudança de candidatos por partido? Sério mesmo? Será que você não está caindo em um daqueles 3 pontos que coloquei acima (simpatia, ideologia ou revolta)? Pense bem nisto e me responda: vale mais o partido, simpatia, ideologia, revolta ou o que for, do que a realidade? Pois é.
“Então você está dizendo que não tem jeito e que devemos nos acomodar com a situação do país?” você deve estar pensando. Mas não, não é isto. Só estou tentando demonstrar que o problema de nosso país é muito mais profundo e sistêmico. Mudar esta realidade é plenamente possível, contudo demandará muita luta, muita aplicação na melhoria de nossa educação, muito trabalho de conscientização e, acima de tudo, uma boa quantia de tempo
Ainda assim, duvido muito que qualquer mudança venha do povão brasileiro. Se vier alguma, será de novo das elites econômicas e/ou políticas, pois é assim que tem acontecido por toda a história brasileira.
Na época do Brasil Colônia, por exemplo, tivemos revoltas separatistas e/ou que buscassem a independência, como a Inconfidência Mineira. Mas tais movimentos tinham apenas alguns poucos participantes: muitos das elites aristocráticas e poucos populares. O povão sempre preferiu cuidar da própria vida e aproveitar o tempo livre bebendo e se divertindo, como faz até hoje.
A própria Independência do Brasil foi uma tentativa de golpe, engendrada mais por D. João VI do que por D. Pedro I, para dar a volta numa revolta ocorrida em Portugal à época. A ideia de D. João VI à época era criar o que seria chamado de “Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves“, mudando, inclusive, a capital do reino definitivamente para o Brasil.
E digo que isto foi um golpe, uma mera tentativa de dar uma volta à revolta, porque D. João VI deixou o próprio filho, D. Pedro I, como imperador do Brasil. O qual, após a morte de seu pai, voltaria a ser o monarca de tudo, voltando a unir o “Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves”. O que, para infelicidade de D. João VI, não acontece.
Lei Áurea então, que extinguiu a escravidão no Brasil, só existiu graças aos EUA e à Inglaterra, que pressionaram o Brasil. Para eles, que haviam passado pela Revolução Industrial, não era mais lucrativo comercializar ou ter trabalhadores escravos: eles precisavam de trabalhadores assalariados que recebessem seu salário e, com ele, pudessem comprar os bens industrializados.
Proclamação da República? Esta foi arquitetada pela aristocracia brasileira, como forma de vingança à Família Real, devido à Lei Áurea. Nada além disso. O próprio marechal Deodoro da Fonseca, que destituiu o imperador e assumiu o poder no país, era monarquista.
O único movimento realmente importante no Brasil, que teve mobilização popular, foi a Diretas Já. Ainda assim, uma vez que a lei da diretas já foi vetada, todo mundo voltou pra casa e continuou sua vida. Precisou de um presidente civil, José Sarney (que assumiu em lugar de Tancredo Neves, morto logo após a posse), para que as eleições diretas viessem. Ou seja: mais uma vez, a coisa teve de vir de cima para baixo.

Enfim, o recado que tento passar nestas mal traçadas linhas de texto é que não adianta atacar apenas os sintomas (corrupção, falta de laicidade do estado, etc), se não atacarmos direto a doença em si. Temos de cortar o mal pela raiz, ou este país jamais será um país do presente – continuará, sempre, sendo o “país do futuro”…
Fonte: Livre Pensadores.

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